Estado totalmente quebrado!

Quem vai pagar a conta?


O governador José Maranhão corre o risco de sair da história política da Paraíba com um vexame. O título somente lhe será dado, no entanto, a partir do momento em que se abrirem os cofres públicos estaduais e, no lugar de equilíbrio fiscal, encontrarem um descontrole financeiro digno de escandalizar o mais calejado dos auditores do TCE.
 
O tamanho do estrago da imagem do governador, portanto, será proporcional ao tamanho do rombo nas contas públicas.
 
Ao admitir que o Estado talvez não tenha dinheiro para pagar o décimo terceiro salário dos servidores, o secretário de Finanças do Estado, Marcos Ubiratan, além de assustar o funcionalismo, atesta que o governo pegou atalhos perigosos nestes últimos dois anos, com o implícito – e único - desejo de reeleger o governador.
 
Foram empréstimos excessivos, inchaço da Folha e, agora, na reta final da campanha, o pagamento de reajustes salariais e acordos judiciais que são capazes de quebrar até a Coca-Cola. No caso da folha, os indícios não são novos. Já se sabe há tempos que o governo gasta 55% da receita com pagamento de pessoal, quando o limite impõe teto de 49%.
 
Tudo isso, portanto, provocando um cenário totalmente diferenciado do que foi deixado no governo anterior, que pecou por falta de “grandes obras”, mas deixou as contas saneadas, conforme atestam os próprios auxiliares do governo Maranhão III, assim que assumiram seus postos.
 
Bom: se boa parte do que foi feito teve como objetivo vencer a campanha eleitoral, o que acabou não dando certo, há ainda tempo para correção paliativa. A redução imediata das folhas de novembro e dezembro com o afastamento dos servidores não efetivos é a primeira e mais fácil delas.
 
Isso é uma medida que se impõe pela lei e não pela vontade política.
 
O problema é se não for esse o interesse do governador José Maranhão. Ou seja, o problema é se ele pretende inviabilizar o próximo governo para proferir em alguns meses, do alto de sua aposentadoria política: “Eu não disse que vocês votaram errado!”.
 
Em 2002, Roberto Paulino pagou a conta desse mau procedimento. Por anos, Cássio Cunha Lima pagou preço alto, mas sempre culpando o governo anterior. Foi ruim pra Cássio, que quase é reprovado no primeiro governo, e para Paulino, que saiu como gestor medíocre, porque entrou na onda dos que queria inviabilizar a nova gestão.
 
Maranhão fez muito pela Paraíba. Ninguém pode negar. Pode sair sem manchar biografia. Ou pode pagar pra ver, que me parece que é o que vai  acontecer.
 
Já o novo governador se mostra preocupado. Não é por menos. Ele foi eleito pelo sentimento da esperança de mais de um milhão de paraibanos que querem ver uma gestão de resultados. Com as contas desequilibradas, não dá pra fazer milagres.
 
Quem vai pagar por desequilíbrio, então? De cara, os servidores públicos estaduais. Depois o governo que se instala e, por tabela, os paraibanos.   Aliás, é a situação das contas do Maranhão III que vai dizer se Ricardo, que assume com inegável respaldo popular, vai precisar de mais ou menos tempo de trégua da população paraibana.
 
 
fonte-www.luistorres.com.br