Debate da Cabo Branco: sem mortos nem feridos
O último e badalado debate da TV Cabo Branco foi como uma viagem de Sousa a Cajazeiras: rápido e “quente”.
Significa dizer que foi marcado por acusações e alfinetadas e por poucas, pouquíssimas propostas. Não deu tempo. Ou Ricardo Coutinho e José Maranhão se “esfaqueavam” em denúncias e acusações ou falariam de propostas. Só deu tempo pra primeira ação.
Temas como desapropriação da Fazenda Cuia, que Ricardo tentou driblar, e tráfico de influência no IPEP, que Maranhão preferiu escapar, marcaram o oitavo e último debate entre os dois, que já estavam cansados de se enfrentar.
Ficou evidente que tanto um quanto o outro queria jogar uma casca de banana para conseguir no último debate um deslize letal para o adversário.
Nem dos dois conseguiu tal intento.
Ricardo Coutinho, por sua vez, e vale o registro, usou o debate para exorcizar o maior dos seus problemas: a questão da “PEC 300”, aprovada na Assembleia Legislativa. Garantiu o pagamento. Falou com segurança para os policiais e foi além: iria repor as perdas salariais, diminuir o interstício das promoções e dar casa para a categoria.
Foi o seu melhor momento. E se pode tirar algum proveito do debate foi apenas este.
Depois, respondeu bem à acusação de que defende a legalização das drogas. Declarou que defende o tratamento para o usuário e provocou Maranhão: “Deixe de falar no assunto porque foi no seu governo que o tráfico aumentou!”. Silêncio no estúdio.
Pecou ao acusar Maranhão de distribuir os panfletos apócrifos acusando-o de satanismo. O governador não apenas negou como ainda lembrou que “quem gosta de falsear documentos é o senhor”, lembrando das atas do PSB e de documentos do PT.
Ricardo ainda levantou o tema do aeroporto em Araruna. Tema bom pra oposição cutucar, mas que encontrou resposta de Maranhão. “É pra ajudar a levar doentes”, disse.
No geral, o governador apresentou seu melhor desempenho. Alfinetou Ricardo como se fizesse isso há dez anos.
Ao final, ninguém saiu arranhado do debate da Cabo Branco, embora os dois tenham mostrando bom desempenho.
Não houve mortos nem feridos. Talvez porque proibiram bolinhas de papel.
FOTOS: Paraíba1.com.br
Luis Torres